terça-feira, maio 11, 2010

O coração de Jesus

Algumas perguntas perturbam o homem há muito tempo:
Quem sou?
De onde vim?
Para onde vou?

São perguntas que levam ao mais profundo pensamento. Movem desde cientistas, intelectuais e até a pessoa mais simples.

Ao encontrarmos Jesus estas perguntas milagrosamente se calam em nossa consciência, e passamos a ter um sentido para vida: viver para Cristo.
Somos um povo escolhido por Deus para O adorar em espírito e em verdade.
Saímos das trevas do pecado, da falta de conhecimento de Deus.
E estamos indo para onde?
Com certeza para o céu, mas o que devemos aprender e praticar aqui até chegarmos lá?
Sabemos que lá teremos as bodas do cordeiro, e que somos a Sua Igreja e sua noiva, mas como devemos nos preparar?
Estas últimas perguntas dizem respeito a um relacionamento. Uma noiva deve conhecer bem o seu marido, e Ele deve se deixar conhecer por sua esposa.
No nosso caso Jesus nos conhece mais do que nós mesmos, mas nós conhecemos bem a Jesus?
A plenitude deste conhecimento será nos céus, todavia devemos agradá-lo hoje, e para isso precisamos saber o que ele deseja de nós.
A Bíblia trata todo o tempo sobre o relacionamento de Deus com o homem. Este começou muito bem, pois Deus tinha comunhão face a face com Adão.

Deus chamou Adão para dar nomes aos seres:
Ge 2:19 Havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles.

Deus andava pelo Éden, acredita-se que todo final de dia:
Ge 3: 8 Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.

Contudo, quando a morte entrou na terra pelo pecado de Adão, este relacionamento direto passou a ser limitado. Adão e Eva foram expulsos do Éden, e era esta a morte previamente alertada por Deus: A morte espiritual. Deus, por ser Santo, não poderia mais se relacionar com homem pecador no mesmo nível que vinha fazendo. A partir daí o relacionamento de Deus com o homem foi sofrendo gradual diminuição.
Deus falava com Caim e Abel, e isso pode ser visto quando Ele mesmo avisa Caim:

Ge 4:6 Então, lhe disse o SENHOR: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? 7 Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.

Deus avisou Caim, porém ele deliberadamente assassinou seu irmão. Vemos aqui o resultado do pecado, e como a nossa natureza começou a degenerar-se trazendo a morte física como resultado, tanto no primeiro assassinato quanto na degeneração genética. Isso pode ser confirmado, pois naquela época o homem vivia em torno de 900 anos.
Nesta época a comunhão com Deus ainda era grande, e podemos usar com o exemplo Enoque que foi arrebatado para Deus.
Gênesis 5:24 Ele viveu sempre em comunhão com Deus e um dia desapareceu, pois Deus o levou.
As condições de um bom relacionamento ainda existiam, mas o homem foi se distanciando e proporcionalmente o crescimento da maldade, até que Deus resolveu por fim a este ciclo:

Gênesis 6:3 Então, disse o SENHOR: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos. 5 Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração; 6 então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. 7 Disse o SENHOR: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito.

O dilúvio exterminou a maldade que tinha se alastrado na Terra, e Deus chamou Noé para um relacionamento íntimo com Ele. Mesmo assim a degeneração continuou, pois não era externa e sim no coração do homem. A Palavra de Deus nos faz entender que ainda assim Deus buscava quem tivesse o desejo de compreendê-lo:

Sl 14: 2 O SENHOR olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. 3 Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um.

Aqui podemos entender Deus buscando o homem através da reconciliação, mas o homem se afastando por causa do pecado. São movimentos contrários, mas Deus não desistiu de nós, Ele procurou uma maneira de trazer o homem para próximo de Si.

Obs.: Sabemos que Deus é onisciente e nada o surpreende, mas a minha intenção e mostrar o coração de Deus. Podemos usar como exemplo o choro de Jesus por Lázaro, Ele sabia que o seu amigo ressuscitaria, mas mesmo assim se entristeceu por sua morte. Ele não fica alheio ao que nos acontece, apesar de não estar preso às circunstâncias.

Nesta busca pela reconciliação, Deus na sua onipotência e visando um plano melhor, inicia uma jornada que pode parecer impossível: decide através de um povo, manifestar a salvação para a humanidade. Ele escolhe a Abraão, iniciando um novo relacionamento com o homem e o chama agora de amigo. Antes o homem possuía uma intimidade com Deus, mas por causa do pecado teve de ser separado, e agora tem a chance de se tornar amigo. Como exemplo deste relacionamento, Abraão podia ver Deus face a face e não morrer, por isso Deus o visitava pessoalmente:

Ge 17:1 Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o SENHOR e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito.

Deus já demonstra claramente o que devemos fazer: andar na presença dEle e sermos perfeitos. Esta perfeição exigida é pela fé, dom de Deus, conforme está em Hebreus 11.
Por outro lado, na continuidade da história, o relacionamento com Deus permaneceu decaindo. Se levarmos em consideração o fato de que Moisés não pôde ver a Deus totalmente, apesar de também ser chamado de amigo, constataremos esta “decadência”:

Êx 33:11 E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo; depois, tornava ao arraial; mas o moço Josué, filho de Num, seu servidor, nunca se apartava do meio da tenda.
Ex 33:18-23 Então, ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória.19 Respondeu-lhe: Farei passar toda a minha bondade diante de ti e te proclamarei o nome do SENHOR; terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer. 20 E acrescentou: Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá. 21 Disse mais o SENHOR: Eis aqui um lugar junto a mim; e tu estarás sobre a penha.22 Quando passar a minha glória, eu te porei numa fenda da penha e com a mão te cobrirei, até que eu tenha passado.23 Depois, em tirando eu a mão, tu me verás pelas costas; mas a minha face não se verá.

O desejo de Deus sempre foi de se aproximar, mas o homem encontrava-se afastado. Mesmo com a lei deixada por Moisés o relacionamento foi diminuindo de maneira que Deus apenas aparecia no tabernáculo, depois somente uma nuvem no templo, mais um pouco o templo foi destruído, e em seguida exclusivamente os profetas tinham um relacionamento por visão e palavras, finalmente o afastamento atingiu o seu ápice nos 400 anos de aparente silêncio profético.
É neste verdadeiro desespero de separação que surge a intervenção divina mais perfeita, creio que se ficássemos mais um momento sequer sem Deus, no mínimo o planeta racharia ao meio. A isso Deus chama de plenitude dos tempos, a plenitude da separação, o momento chave da vinda de Jesus. A Vida deveria encarnar para acabar de uma vez por todas com toda esta separação.

Jesus veio para unir, para restabelecer a comunhão perdida, mostrar o caminho perdido, veio juntar novamente a criação ao seu Criador, pagar o preço do resgate, trazer a santidade ao homem, para que Deus pudesse estar de volta no meio dele, e principalmente em seu coração.

Jesus é o nosso alvo, ele é o nosso modelo e por isso, é essencial que nos espelhemos nele, e Deus quer que façamos isso verdadeiramente:
1 Coríntios 2: 14-16 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.

Antes era impossível ao homem ter acesso à mente de Cristo, mas agora com a obra da Cruz e o Espírito Santo de Deus, é possível alcançar a revelação verdadeira através da Palavra de Deus, por meio da Sua grande misericórdia e graça.

Qual é a função da palavra?
A palavra é a maneira mais profunda de exposição da alma e do espírito. Os sentidos (olfato, paladar, tato, visão e audição) dão informações para a alma (quente ou frio, doce ou azedo, claro ou escuro), mas a palavra tem o poder de revelar o interior (o pensamento, a vontade, o sentimento e a consciência).

Jesus é o Verbo, é a idéia, o pensamento e obra de Deus, o unigênito do Pai, o primogênito dentre os mortos, a Palavra que descreve o coração de Deus. Ele é tudo em todos e por isso devemos estudar sua consciência e seu coração, através da Bíblia. Poderíamos encontrar em outro lugar?

Você acha que Jesus leu a Palavra de Deus?
É claro!
O que Ele leu?
O que o levou ao desfrutar da presença do Pai enquanto estava entre os homens?
Obviamente o Espírito Santo estava com Ele, mas ele também estudou a Palavra.

Com certeza Jesus experimentou da Palavra de Deus e da comunhão plena com o Espírito Santo. Ele enxergou a si mesmo, na palavra do Pai, desenhada ao longo dos séculos, tão detalhadamente.
Vamos tentar experimentar, com Ele este caminho através do estudo da Palavra de Deus, buscando pelo Espírito Santo a revelação das verdades espirituais que revelam a intimidade do coração de Jesus.
Como sabemos, Jesus foi criado antes da fundação do universo. Não é o nosso objetivo provar isto, mas podemos buscar na Palavra de Deus, versículos que confirmam esta verdade:
João 1.1-3: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez”.

A pré-existência de Jesus e toda Sua Majestade, não nos foram reveladas, na verdade, ela foi guardada, escondida de nós.

Gênesis 3:24 E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida.

Os querubins juntos com uma espada guardavam o caminho da árvore da vida. Esta árvore simboliza Jesus Cristo conforme Apocalipse:

Apocalipse 22:14 Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas.

Jesus afirmou ser a vida:
João 11:25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;
João 14:6 Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.
João 5:26 Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo.

Portanto, sendo Jesus a vida, nada poderia ter vida antes dele, exceto o Pai. Como fomos impedidos de ter acesso a sua vida por causa do nosso pecado, não tínhamos a revelação desta vida. Digo tínhamos, porque a Vida, isto é, Jesus, veio em carne e pagou o preço do nosso pecado. Tornou-se ele mesmo o caminho aberto até a vida. Entendamos o que é óbvio, somente a Vida poderia vencer a morte, por isso somente Jesus poderia vir e vencer o pecado.
Conforme lemos em Apocalipse, se entendermos este sacrifício pelo nosso pecado e lançarmos mão do sangue do Cordeiro, o que estava ocultado por causa do nosso pecado, agora nos é revelado por causa da nossa justificação. Podemos entrar pelas portas da cidade e termos direito à Árvore da Vida.
Como chegamos a isso?
Pela fé:

Efésios 3:8-12: “A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas, para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor, pelo qual temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé nele”.

Quer saber as insondáveis riquezas de Cristo?
Primeiramente, são insondáveis. Não no sentido que não possam ser conhecidas, mas que são tão profundas a ponto de não podermos achar o seu pleno conhecimento. Por isso não podemos limitá-las por meio de regras, culturas, religiosidades, pré-conceitos ou algo parecido, pois lemos que agora existe uma dispensação do mistério.

Que mistério é este?
O eterno propósito que Deus estabeleceu em Cristo Jesus. Veja: Eterno propósito! Algo imaginado, planejado, constituído na eternidade, por Deus Pai, e que agora foi liberado. O acesso pode ser alcançado pela FÉ. Não uma fé pequena, mas a fé que nos leva mais próximo do nosso Pai Criador e, a entendermos o seu coração, o seu propósito eterno em Cristo Jesus.

O mistério é: Temos de chegar à estatura de Cristo.

Esta é a nossa razão de ser e viver. Não há outro propósito!
Mas, qual é o caminho?
Na verdade já o conhecemos, comece ou recomece com os primeiros passos: buscar a Deus de todo o teu coração, em oração, pelo estudo da sua palavra, em louvor e adoração, em obediência a ela.
Para termos a mente de Cristo, devemos conhecê-la, estudá-la, praticá-la.
As informações que precisamos estão na nossa mesa de cabeceira: a Bíblia Sagrada.

Comecemos esta viagem ao coração de Jesus

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